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GEO: novo conceito vai mudar como escrevemos?


Imagem criada por IA (ChatGPT)
Imagem criada por IA (ChatGPT)

Por décadas, o SEO - Search Engine Optimization - ditou as regras da produção de conteúdo digital. Mas já entramos em uma nova era: a era do GEO - Generative Engine Optimization. Mais do que uma atualização técnica, o GEO representa uma mudança de paradigma em como a informação é produzida, distribuída e consumida. E essa transformação pode colocar em risco modelos de negócio na web antes mesmo do fim dos jornais impressos.


Mas o que é GEO?


O termo GEO foi consolidado em novembro de 2023, a partir de um estudo colaborativo entre a Universidade de Princeton, Georgia Tech, o Instituto Allen de IA e o IIT Delhi. Ele nasce como resposta a uma realidade inevitável: a inteligência artificial passou a mediar a busca por informações.


Diferente do SEO - que visa posicionar conteúdos em mecanismos de busca para gerar cliques -, o GEO foca em escrever de forma que os modelos generativos consigam entender, sintetizar e reutilizar o conteúdo com clareza.


Ou seja, o novo objetivo não é mais atrair o leitor para o site, mas entregar a resposta diretamente no ambiente em que a pergunta é feita, seja uma IA conversacional, um buscador com snippets gerados automaticamente, ou um assistente digital embutido em dispositivos.


E o que isso muda na prática? A audiência não vai mais até você. Ela faz uma pergunta, e a resposta aparece direto na interface da IA. Seu conteúdo pode estar lá - mas sem nome, sem link, sem crédito. Se as IAs entregam resumos prontos, o usuário não precisa clicar para consumir a informação. Os portais de notícias, por exemplo, perdem sua função de intermediação. E a monetização baseada em visita e tempo de página também tende a um colapso. Sem cliques, não há anúncios. Sem anúncios, não há receita.


Estamos escrevendo para ninguém?


Essa é a ironia do GEO: escrevemos para que uma IA leia e responda em nosso lugar. É uma espécie de fantasma editorial — a voz do produtor de conteúdo segue ecoando, mas sua identidade se esvai. Para marcas, jornalistas, criadores e estrategistas, se o GEO se consolidar como padrão, será preciso criar novas estratégias de presença digital.


Como se diferenciar neste momento?


- Marcar território com autoridade: ainda que a IA use seu conteúdo, ele precisa ter profundidade e originalidade para ser referenciado com frequência.


- Humanizar o que a IA não consegue replicar: opinião, narrativa, ponto de vista, emoção — tudo isso pode voltar ao centro do conteúdo.


- Investir em comunidades próprias: newsletters, grupos fechados, plataformas proprietárias. Conexão direta será diferencial competitivo.


- Apostar em experiências, não apenas em informação: vídeos, eventos, interações ao vivo. A IA pode responder, mas não se relaciona presencialmente (ainda).

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Lucas Lemos

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